O título pode até lembrar um disco. Um ícone do rock progressivo. Mas não estou aqui para falar de música, mas de política.
E de um país onde não existe grandes bandas de rock e os políticos decentes e comprometidos com o povo. São poucos.
O que existe são interesses apartidários que estão acima da ética e da moral.
É ideologia de menos e partidos demais!
No Brasil um político troca de legenda com a mesma frequência que eu troco de camiseta.
Pela conta bancária e uma boquinha no serviço público para parentes e amigos, o amor de hoje transforma-se no inimigo de amanhã.
Um exemplo é o presidente atual que está sem partido. Tentou criar um para chamar de seu e não conseguiu.
É uma figura dantesca que ninguém de bem quer por perto e que nenhuma legenda convida para seus quadros.
E olha que estou falando de partidos de aluguel que, na sua grande maioria, não valem um “pequi roído”!
É, sem dúvida, um dos piores governos da jovem república do Brasil!
Ideologia defende ideias. Pode ser qualquer coisa. Pode ser um sistema de crenças políticas ou como um determinado grupo enxerga o mundo.
Pode ser como uma classe dominante propaga mentiras sistemáticas com objetivos claros de manter o domínio sobre os demais criando muitas vezes, uma bolha completamente fora da realidade.
Se atribui a Hitler um pensamento que diz: Torne a mentira grande, simplifique-a, continue afirmando-a, e eventualmente todos acreditarão nela.
Qualquer semelhança com o Trump tupiniquim não é mera coincidência!
O Trump daqui, segundo a CNN, contava cerca de dez mentiras por dia.
A discussão sobre ideologia é que não existe um sentido definitivo para o termo. Para David McLellan, “ideologia é o conceito mais impreciso das ciências sociais”.
No caso dos partidos políticos cria-se uma tese ideológica como escudo com objetivos que estão distantes do seu real sentido. Geralmente nada nobres, dignos e honestos.
No caso do Brasil basta olhar o número de partidos nanicos. Todos em busca tão somente do fundo partidário e muitos sem eleger um único representante.
Como exemplo poderíamos lembrar do grupo de partidos chamado “centrão”.
O mesmo grupo que hoje apoia o governo de extrema direita já esteve com PSDB e o PT no governo.
Amanhã, quando secar a teta, vão mamar em outra sem o menor constrangimento, oferecendo, como sempre, fidelidade e apoio.
Não importa o sistema. Pode ser uma ditadura ou uma democracia.
O sentido verdadeiro dessa gente é mascarar a realidade, apresentando uma aparência de dignidade e decência ideológica e escondendo a essência principal: manter-se no poder.
Essa ideia surgiu nos textos de Karl Marx que Engels chamou de “falsa consciência”.
A classe dominante distorce a maneira de ver as relações de opressão, não se reconhecendo como opressor e criando formas para que a classe dominada se conforme com as condições de vida existentes.
O pensamento da classe dominante oculta também as contradições em que o capitalismo se baseia, escondendo dos trabalhadores sua própria exploração e miséria que são submetidos.
Aqui sabemos quem é obscurantista e progressista. Quem é conservador e liberal. Quem é democrata e republicano. Quem é ciência e vacina e quem é negacionista e imbecil.
Para mudar esse quadro serão necessários muitas décadas, paciência e muito investimento em educação, persistência, professores e gestores obstinados e milhares de livros para mudarmos, ou começarmos a mudar esse quadro tenebroso em que o Brasil está mergulhado.
Chegamos definitivamente ao fundo do poço. Resultado de décadas e décadas de negligência.
O analfabetismo no Brasil é crônico, faz mal. Provoca atraso e retrocesso.
É um país predominante pobre, mestiço e racista, onde metade das residências não possuem saneamento básico.
“Um governante deve governar primeiro para os humildes que sempre serão em maior número. Depois os outros”.
Mais claro ainda: a prioridade de qualquer governo de um país de terceiro mundo como o Brasil deveria ser a base e não o meio e a ponta da pirâmide.
Segundo a revista Forbes, o número de bilionários no Brasil nesse período pandêmico, saltou 44% – de 45, em 2020, para 65, em 2021. Juntos, esse pequeno grupo detêm US$ 219,1 bilhões – quase o PIB do país.
Essa riqueza quase dobrou; eram US$ 127,1 bilhões no ano passado. A subida foi de 71%.
Enquanto isso a fome avança no país. O estudo Insegurança Alimentar e Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, revela que a segurança alimentar brasileira caiu para apenas 44,8% em 2020 (governo Bolsonaro) – era de 77,1% em 2013 (governo Dilma). A insegurança alimentar (leve, moderada ou grave) chega a 55%.
A pesquisa aponta que hoje 19,1 milhões de brasileiros estão passando fome.
É evidente que a pandemia ajudou no agravamento da crise, mas os rumos econômicos do país, a partir do golpe de 2016, ajudaram o Brasil a seguir esse rumo de aumento da fome enquanto os milionários e bilionários ficaram mais ricos.
Existe uma regrinha básica que diz: a turma da ponta da pirâmide social (os ricos), convenceu a turma do meio da pirâmide (classe média), que os culpados pelas mazelas do Brasil e da turma da base da pirâmide (os pobres).
Por isso sinto vergonha alheia quando vejo um pobre, um trabalhador, apoiando candidatos de direita, representante dos ricos, dos abastados. É indecente. É imoral.
Enquanto esse quadro persistir, o Brasil seguirá pobre e analfabeto, com uma das maiores desigualdades sociais do planeta.
E eles, a turma da ponta da pirâmide e seus amigos milionários, continuarão ganhando dinheiro cada vez mais em cima da exploração, da miséria e da ignorância.
O nosso quadro politico é resultado desse analfabetismo. Eles refletem em atos e ações o que somos como povo.
Não se trata mais de uma guerra puramente ideológica entre esquerda e direita. Trata-se de uma luta de classe. Nós, pobres, contra eles, ricos.
Quando um ministro da educação (que tem enormes dificuldades com a língua portuguesa), diz que universidade é para poucos e o ministro da economia (aquele outro que vende terreno na lua), diz que a alta do dólar é bom porque assim acaba com a festa das empregadas domésticas na Disney, você tem o retrato fiel do que o povo brasileiro representa para essa gente.
Diante dessa brutal realidade brasileira, como último ato, deixo um recado aos pobres de plantão que chegaram até aqui: um pouco de vergonha e dignidade não faz mal a ninguém.