Foi tema nos principais jornais da Europa.
Provocou debates na internet e em programas de rádios e televisões.
No Brasil o assunto é tratado de forma discreta. Quase imperceptível.
É um fenômeno que só acontece por lá.
Nas últimas semanas, o Brasil sofreu o maior índice de desmatamento da última década.
Só na Amazônia é o maior em 15 anos.
O lado brasileiro perdeu 13.235 quilômetros quadrados de árvores em um ano, segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Os dados divulgados com enorme discrição pelo governo indica que o desmatamento ilegal entre agosto de 2020 e julho de 2021 aumentou 22% em relação ao período anterior, quando os dados somados indicavam 10.851 quilômetros quadrados, acompanhado de uma redução significativa da fiscalização ambiental.
Desenvolvido com medições de satélite do INPE, este relatório é o mais esperado por todos aqueles que trabalham pela proteção e preservação da maior floresta tropical do planeta.
Os dados apontam para uma omissão premeditada do governo na preservação da floresta.
Confrontos e invasões de reservas indígenas por grileiros, madeireiros e, acredite, caçadores, são frequentes, além das ações devastadoras dos garimpos ilegais que provocam a contaminação dos rios.

Os indígenas brasileiros estão sendo acometidos de diversas doenças em várias aldeias sem receber atenção, proteção e tratamentos médicos adequados.
Entidades que tentaram entrar em algumas aldeias levando médicos e enfermeiros, foram impedidos por agentes da Funai.
Um membro de uma das expedições, declarou que tudo indica um genocídio programado pelas autoridades envolvidos com o crime organizado.
Estes dados causaram repercussão mundial por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26).
Integrantes do governo federal seguem ao pé da letra tudo que foi prometido pelo presidente no início de seu mandato, colocar por terra tudo que foi construído.
Nós temos um dos mais avançados programas de proteção e preservação ambiental do mundo, totalmente ignorado pelo governo Bolsonaro.
A ideia é clara, nada de preservação.
O desaparecimento da vegetação na Amazônia representa uma ameaça para o futuro da terra.
Quanto mais a área arborizada diminui de tamanho, mais a floresta perde biodiversidade e a capacidade de refrescar o planeta, desacelerar o aquecimento global e alterar significativamente o sistema de chuvas.
Na cúpula do clima COP-26, em Glasgow, Escócia, cientistas e ambientalistas acusaram o governo brasileiro de mentir (o que não é nada incomum), ocultar informações e tentar enganar os participantes da cúpula apresentando dados do sistema Deter, que não é preciso e com dados muito mais positivos.
Todos os participantes da cúpula sabiam que o governo brasileiro tinha quebrado o recorde de desmatamento e que não tinha nada para falar.
Num encontro recente, a Comissão Europeia propôs impedir a entrada de soja, cacau, café, óleo de palma, carne bovina, madeira e seus derivados nos mercados da União Europeia, caso venham de áreas desmatadas.
Deste que a extrema-direita chechelenta, os negacionistas da ciência e os imbecis do “marxismo cultural” chegaram ao poder no Brasil, a devastação disparou.
Estruturas de fiscalização e vigilância enfraqueceram de propósito, exploradores das florestas ganharam liberdade plena e ambientalistas com larga experiência foram substituídos por militares despreparados, sem formação e corruptos declarados.
É o primeiro presidente brasileiro a não instituir nem uma só terra indígena ou reserva ecológica, em 35 anos.
Não foi capaz de demarcar um só centímetro de terra aos brasileiros originários.
Os verdadeiros donos de Pindorama, nome indígena, ou terra de Vera Cruz, como chamavam os primeiros europeus ao Brasil.
Mas a devastação deste governo não se restringe apenas ao meio ambiente e aos nativos e minorias, vai muito mais além.
Um presidente que lembra um corvo sobre um galho seco de uma árvore sem vida no meio de um pântano fétido crocitando miséria, fome e morte.
Nenhuma grande nação alcançou soberania sem investimentos em preservação ambiental, educação, ciência e inovação.
São meios garantidores de riqueza, trabalho, desenvolvimento protagonismo e bem-estar social.
Segundo a Unesco, os investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) aumentam a cada ano no mundo.
A Alemanha destina 3,09% do seu PIB, a Coreia do Sul 4,53%, o Japão 3,26%, Israel 4,95% e os Estados Unidos, 2,84%. Já no Brasil da turma da terra plana, anti-vacina, é 1,26%.
Estimulado pela competição com a China, como informa a revista Nature, o governo Biden pretende destinar US$ 81 bilhões somente para a Fundação Nacional de Ciências nos próximos cinco anos.
Especialistas preveem um extraordinário impulso à ciência, com o desenvolvimento de tecnologias limpas, biotecnologias e intensa automação.
Um exemplo de investimentos inteligentes em CT&I na área privada pode ser medido pelo desempenho da Pfizer, que o Valor Econômico projeta uma receita de US$ 82 bilhões até o final de 2021, que serão obtidos principalmente com a venda de medicamentos como o viagra e a vacina de mRNA contra a Covid-19.
A Pfizer pretende investir cerca de US$ 10 bilhões em pesquisas para a nova geração de vacinas contra o Covid-19.
Enquanto o Brasil tem 888 pesquisadores, a Coreia do Sul tem 7.980, a Alemanha 5.212, o Japão 5.331, o Canadá 4.326 e os Estados Unidos 4.412.
Com ausência de concursos públicos, o quadro brasileiro piora cada vez mais.
Os valores das bolsas de jovens pesquisadores são vexatórios e constrangedores: R$ 1.500 para mestrado e R$ 2.200 para doutorado.
O corte de R$ 655,4 milhões, quase 99%, que seriam destinados ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações para editais de pesquisa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e bolsas de estudos provocou indignação da comunidade científica brasileira.
O desprezo e o abandono do governo de áreas tão importantes para o nosso desenvolvimento, pode provocar uma debandada dos nossos melhores cérebros e talentos para outros países.
O Brasil que já foi referência na produção de artigos científicos no mundo em tempos passados, hoje caminha para obscurantismo absoluto. Totalmente desconectado da realidade de outros países e do tempo em que vivemos.
É um retrocesso assustador!
Verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológicov(FNDCT) foram contingenciados.
O orçamento do CNPq e do FNDCT, somados, são menores do que eram no início dos anos 2000.
Universidades federais e alguns institutos de pesquisa encontram-se hoje em estado de miséria.
A verba destinada ao Enem de 2021 foi insuficiente para aplicar a prova em todos os participantes e faltou recursos para pesquisadores da covid-19.
O governo também ataca o Proinfância, reduzindo os recursos ano a ano. Numa comparação entre o governo anterior e este governo, os cortes chegam a 62%.
Segundo a UNICEF, mais de 5 milhões de crianças, entre 6 e 17 anos, embora matriculadas, não conseguiram ter acesso ao ensino à distância ou a aulas presenciais ao longo de 2020, por falha do governo. É a maior crise no Brasil em 20 anos.
De 2018 até agora, mais de 5 milhões de pessoas abandonaram os estudos no Brasil.
É um cenário trágico de consequências irreparáveis.
É um governo de pessoas incompetentes e despreparadas. Muitas no primeiro emprego de suas vidas.
Um outro exemplo é o desligamento voluntário de 80 profissionais da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes) e 29 Coordenadores e Consultores da Área Química, num total de 109 pesquisadores.
Eles acusam a presidência de abandonar as políticas de avaliação e o Plano Nacional de Pós-Graduação.
Os incêndios no Museu Nacional, em setembro de 2018, e na Cinemateca, em julho de 2021, é a imagem sem retoques do que pensa este governo sobre desenvolvimento intelectual.
Estamos na quarta revolução industrial, com inteligência artificial, robótica, computação quântica e tecnologias limpas.
O país que não investir em preservação ambiental, educação, cultura, ciência e tecnologia, estará fadado ao atraso e a submissão.