É difícil dimensionar o sofrimento do povo russo. Nenhum outro foi mais castigado pelas guerras do que eles.

Contam que as mulheres geravam seus filhos para o matadouro.

Em torno de 2 milhões de russos morreram na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que matou quase 20 milhões de pessoas e mudou o destino da humanidade para sempre.

Duas vezes mais que britânicos e 15 vezes mais que norte-americanos.

Depois veio a revolução, acompanhada por cinco anos de combates entre vermelhos e o sistema vigente.

Em seguida vieram os expurgos de Stalin (aquele que Lenin advertia Trotsky de ignorante, violento, e “traiçoeiro”), quando quase 10 milhões de pessoas morreram. 

Muitos foram executados ou morreram de fome e inúmeros dissidentes desapareceram ou foram enviados para campos de trabalhos forçados, alguns localizados na região da Sibéria, devido ao que era apelidado de “crimes contra o estado”.

Vale ressaltar que um significativo número de mortos desse total se deu durante os anos da guerra civil, quando tropas estrangeiras lutaram contra o novo governo bolchevique em favor do antigo exército csarista, alinhados com conservadores e liberais em defesa da monarquia.

O número de russos mortos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), segundo alguns estudiosos, ficou na casa dos 17 milhões.

Mas existem controvérsias. A ONU, por exemplo, defende algo em torno de 10 milhões de mortos. 

Para o Ministério da Defesa da Rússia, num levantamento feito por historiadores, em 2015, dos 26,6 milhões de pessoas que morreram a partir de 1941, cerca de 12 milhões eram soldados e 14,6 milhões restantes eram civis que perderam suas vidas em áreas ocupadas ou enviados à força para a Alemanha (um grande número não regressaram) ou morreram de fome, doenças e frio.

Parece que era castigo nascer russo!

Marchando para oeste, as tropas soviéticas eram encorajadas por propagandistas políticos e comissários do povo a “matar, em seu avanço irresistível, bravos soldados do Exército Vermelho. Acabem com o orgulho racial das mulheres germânicas. Tomem-nas como suas presas de guerra legítima”.

Era compreensível, mas não desculpável a brutalidade, que soldados vermelhos se comportassem sem misericórdia quando primeiro retomaram seu país e depois quando avançaram para reivindicar o território do agressor. Pelo invasor eram violentadas e depois executadas sem perdão.

Numa aldeia perto de Leningrado capturada pela segunda vez, soldados britânicos encontraram várias mulheres russas mortas, penduradas pelos genitais nos espigões de uma cerca de ferro.

Era uma advertência para outras mulheres russas de que não deviam confraternizar com o inimigo.

Existia um medo terrível dos soviéticos entre todos, mas os prisioneiros de guerra britânicos que foram os primeiros a voltar para casa, tinham histórias tranqüilizadoras para contar sobre o seu tempo como hóspedes inesperados do regime “comunista”.

Num campo de concentração alemão nos capítulos finais da Segunda Guerra, morreram 400 russos de fome.

Os soldados de outros países aliados, presos no mesmo campo de concentração, eram separados dos russos por uma enorme cerca elétrica e proibidos de passar comida aos soldados vermelhos, que não recebiam rancho suficiente, sob pena de serem executados.

Em um outro, este de trabalhos forçados, mulheres polonesas e russas eram violentadas diariamente e apanhavam de vara ou eram chutadas por soldados alemães.

Dezenas morreram sem atendimento médico em noites agonizantes entre lágrimas de sangue.

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