Parte II

Geralmente quem crê também é um descrente. Crer não é um fardo e Deus não é um chantagista. Tipo, acredita em mim que eu te recompenso. Esse não é Deus. É outra coisa. Deus não impõem condições. Não coloca normas, condutas para segui-lo. No capítulo primeiro de Confissões, Santo Agostinho escreveu: “conhecer-Te ou invocar-Te? Pois quem poderá invocar-Te sem antes conhecer-Te? Pois aquele que não conhece a Ti pode invocar a outro que não seja O Senhor…”. Deus não é uma casa de apostas, em que você investe dinheiro ou bens materiais, seguindo um padre ou um pastor pilantra, para no final de um prazo estabelecido receber em dobro. Ficar bem na foto. Falsos profetas que abusam da boa fé das pessoas para enriquecimento pessoal sempre existiram. O Apostolo Tomé e o Evangelista Felipe cruzaram com esse tipo de gente também. Seres desprovidos de capacidade para fazer outra coisa na vida, além de ludibriar e enganar os outros. Deus é o princípio e o fim. Ter dignidade, ser reto, não é e nunca foi um preceito cristão. Conviver com aqueles que creem e com aqueles que não creem é uma condição civilizatória. Entender e aceitar a condição do outro e naquilo que ele é e acredita. Frequentar uma igreja não o distingue dos demais. Não o transforma numa pessoa superior, mais digna e melhor. Não é um cartão de visitas. Para estar com Deus basta desprover vaidades e ambições. Basta libertar-se dos preconceitos. Que tenha empatia. Misericórdia. Compaixão. Que tenha um coração acolhedor. Fraterno. Que esteja livre por completo de qualquer sentimento humano. Minha fé é um ato individual. Íntimo. Que diz respeito a minha pessoa e a mais ninguém. Não posso impor ao outro preceitos da minha crença. Nossos erros são nossos e não de Deus e devemos corrigi-los e conserta-los aqui. É um ato que denota grandeza e caráter. Não é uma atribuição de Deus. Quem crê professa sua fé de mãos vazias. Despido de qualquer vaidade. Com humildade e amor.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, convidou o ator Selton Mello, os diretores Jeferson De e Bruno Barreto, o documentarista Emílio Domingos, a produtora Sara Silveira, a executiva Iida Santiago, e o engenheiro de som Walter Xavier, para se tornarem membros da instituição. Com isso, eles, a partir de agora, podem votar, anualmente, no Oscar. A lista de 397 novos membros foi divulgada na terça-feira, 28 de junho, revelando que metade dela é formada por pessoas que não são nativas dos Estados Unidos. Ao todo, 54 países foram contemplados, sendo que 44% dos convidados são mulheres e 37% não são brancos. O que evidência o esforço da Academia para diversificar seu quadro associativo. Na lista, 71 indicados ao Oscar e 15 vencedores. Se todos aceitarem o convite, a organização responsável pela festa do Oscar passará a contar com 10.665 membro, que já poderão votar na premiação em 2023.

Em 1642, já famoso, o professor e escritor John Milton, se casou com uma jovem de 17 anos chamada Mary Powell, que tinha metade de sua idade. Depois do casamento, sua mulher fugiu de Londres para a casa dos pais, em Oxford. Foram inúmeras cartas enviadas a ela, exigindo o seu retorno sem sucesso. A moça resolvida, só estaria com ele três anos depois. Humilhado e ferido em seu orgulho, – Milton era um homem reservado e discreto –, começou a compor um dos documentos mais modernos sobre um direito essencial das pessoas: The Doctrine and Discipline of Divorce. A dimensão do que isso representa na História é algo sem precedentes, pois estamos falando de 1643. No livro, o poeta defende com vigor a ideia de que a incompatibilidade de temperamentos entre homem e mulher é o maior obstáculo à continuidade do vínculo matrimonial. Para ele o casamento é primordialmente uma união espiritual. Tal defesa provocou reações no Parlamento inglês e nos meios sociais (elite e igreja, principalmente). Milton foi ameaçado de prisão e até de banimento do reino. Herbert Palmer, líder da Assembleia, em plena sessão conjunta do Parlamento e da Assembleia de Westminster (esta composta basicamente de religiosos), exigiu que o livro fosse queimado em praça pública (igreja e seus representantes se metendo em política, como se vê, não é de hoje!). Foi nesse cenário que ele voltaria com outra resposta mais contundente e revolucionária de todas: Areopagitica; A speech of Mr. John Milton for the Liberty of Unlicenc’d Printing, to the Parlament of England (Areopagítica: Discurso pela Liberdade de imprensa ao Parlamento da Inglaterra). O título do panfleto faz referência clara ao Areopagiticus do orador ateniense Isócrates, escrito, muito provavelmente, por volta de 355 a.C. Ao contrário do segundo, que defendia a total liberdade de imprensa, a fim de tornar possível um avanço maior do conhecimento e da verdade, o primeiro denuncia o excesso de liberdade usufruído pelos cidadões de Atenas e prega o retorno a uma democracia em que só poderiam ser eleitos os cidadões mais qualificados, o que acabaria constituindo uma aristocracia (esse sistema é o sonho perpétuo da elite e da classe média alta brasileira!). O segundo, John Milton, fala para o seu areópago, criticando uma decisão; o primeiro, Isócrates, fala sobre o areópago, e pede a sua reforma. Desde o momento de sua publicação, o manifesto tem sido exaltado como o texto mais radical sobre a inutilidade da censura, o direito pela circulação de ideias e a necessidade de total tolerância religiosa – política e social. Apontado como a maior obra em prosa de John Milton, Areopagítica, é um dos documentos mais importantes da História da Liberdade.

Roberto Menna Barreto, escreveu em Criatividade em Propaganda: Se fosse possível contar os conjuntos moleculares nos quais o cérebro armazena continuamente imagens, à razão de 200 por minuto, seria preciso viver 9.510.000.000 anos para efetuar tal operação.

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