Parte I

Com o fim do inverno, voltam os pés desnudos ao nosso miserável cotidiano. Um alento à alma! Desfilando em sandálias altas e baixas, não importa. Expostas para o nosso mortal deleite. É um engano pensar que o sentido de beleza e cuidado de uma mulher comece de  cima para baixo. O princípio de tudo está nos pés. É por eles e através deles que é possível avaliar o grau de cuidado, sensibilidade e feminilidade de uma mulher.

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Uma criança excluída do ensino secundário e universitário, tem uma alta probabilidade de ser pobre no futuro. O Brasil precisa urgentemente salvar o seu logo mais. E o caminho é a educação. Mesmo com sérios problemas de investimentos. Só em 2022, o governo já cortou mais de R$ 3 bilhões do orçamento do MEC, além de cortes em outros setores ligados ao ensino. Sempre será preferível ver uma criança numa sala de aula do que pelas ruas crescendo na mais absoluta ignorância.

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Miles Davis, o melhor jazzista da história

Entre ele e o tempo não existia separação. Já entre seus pares, milhas e milhas de distância. Sempre na dianteira. Sempre em linha reta. Ao seu redor fantasmas numa luta constante. Foi parceiro de Charles Parker em alguns discos históricos no início revolucionário do be-bop (uma das correntes mais influentes do Jazz), que ele chegou depois. Quando tudo indicava que tinha encontrado seu lugar, radicalizou de novo. Em companhia de Gil Evans, lançou o cool-jazz, a partir de uma gravação histórica que fizeram em 1949. Seus gestos, seu modo de vestir, sua relação com o público, o piston sem vibrato e o seu controle de espaço, eram a identidade do cool. Quando todos caminhavam para o novo estilo e fixavam moradia, ele apareceu com outra invenção, a antítese do anterior, o hard bop. Assim era o solitário Miles Davis, caminhando sobre o palco com seu piston mergulhado em suas sombras. Seguindo intrépido em direção da imortalidade. Um dia, outro dia, no estúdio com seu quinteto na companhia de John Coltrane, resultou em uma série de gravações inesquecíveis. Depois veio Miles Ahead, outros passos a frente dos demais, com arranjos de seu amigo e parceiro Gil Evans. E seguiu Kind of Blue (maravilhoso!) e veio a morte que não estava nos planos. Foi apenas um detalhe.

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Quando morou na França, em 1770, como ministro dos Estados Unidos, Benjamin Franklin participou de uma série de experiências químicas com o “camarade” Antoine Lavoisier. Ficaram tão amigos, que Marie-Anne, esposa do cientista francês, mulher bonita, de conversa envolvente, que dominava vários idiomas e era admirada por toda Paris como anfitriã, pintou um retrato do amigo norte-americano, que escreveu uma carta, que ainda existe, da Filadélfia, em 1788, agradecendo o presente. Foi Lavoisier que deu sentido a descoberta do oxigênio feita pelo cientista inglês Joseph Priestley, que não tinha noção do que descobrira. O marido de Marie-Anne foi responsável pela interpretação do oxigênio e a relação entre respiração e reação de combustão. O pai da Química, como ficou conhecido, alterou de forma significativa o rumo de entendimento da química. Suas descobertas foram tão revolucionárias que eliminaram completamente as filosofias que haviam dominado a química até então. Franklin só não contava, por certo, com o triste fim do seu querido amigo.

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Muitos afirmam até hoje que os judeus não tiveram tempo de deixar a Alemanha, quando da ascensão do partido Nazista. Tempo eles tiveram, acontece que uma grande parcela de judeus não consideravam Hitler e seus asseclas uma ameaça. O alvo no início do movimento era os comunistas. A tal paródia do vizinho. É com ele, não é comigo: “Domingo vieram buscar o vizinho do lado. Segunda levaram o vizinho da frente. Hoje estão batendo na minha porta e não aparece ninguém para me ajudar”. Jornalistas, professores, comerciantes, cientistas, estudantes, empresários, artistas e pessoas comuns, achavam que não seriam perturbados. Tinham ocupação. Contribuíam com o país. O regime não perdoou ninguém, nem alemães puros e muito menos imigrantes, ciganos, negros, prostitutas e homossexuais. Quase todos foram mortos ou mandados para os campos de concentração. Os russos, por exemplo, não tinham direito nem a prisão. Houve noites em Berlin que os estrangeiros eram caçados pelas ruas por integrantes da SA num verdadeiro trailer de horror. Lojas eram depredadas e incendiadas, mulheres eram agredidas, violentadas e mortas. Famílias tiradas de suas casas na madrugada e executadas na rua ou mandadas em vagões lotados para os campos de concentração. Os prudentes caíram fora levando parentes e amigos. Quem ficou, pagou pela consequência de acreditar num bando de psicopatas.

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John Locke, o ‘pai’ dos cubos didáticos

Contam que o filósofo John Locke, um dos mais influentes da Modernidade, estava sentado um belo dia na casa de um amigo observando os meninos brincando com blocos de madeira com letras desenhadas, imaginando. Sabia, por conversas com o casal, que o mais velho aprendera a ler brincando com as peças. Aquilo tomou tempo na cabeça do pensador. Até que um dia ele resolveu escrever sobre o assunto. Seus pensamentos foram parar em seu livro mais famoso, de 1693. O tema abordado por ele ganhou o nome de Os Blocos de Locke. Ele afirmou que os brinquedos educacionais podem aumentar o prazer as letras. Sugeriu também, dados com letras gravadas no lugar das bolinhas para ensinar o alfabeto às crianças brincando. Isso tornaria, segundo ele, o aprendizado da leitura uma experiência bem mais agradável. Foram, possivelmente, os primeiros brinquedos projetados para ampliar as habilidades e o conhecimento das crianças. Depois vieram os quebra-cabeças e outros brinquedos na mesma linha educativa que acabaram provocando uma nova corrente e criando uma nova instituição: a loja de brinquedos. O advento dos brinquedos educativos e estimulantes, determinou aos pais e educadores, uma nova concepção de educação.

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Guernica (foto da capa), 349 cm de altura por 776,5 cm de comprimento, pintada a óleo em 1937, é uma declaração de guerra contra a guerra. Para Picasso, não foi uma pintura feita para decorar apartamentos. Ela é uma arma de ataque e defesa contra o inimigo. Diante dela os sentidos são despertados. Exige reflexão e exige respostas: nada poderia retratar mais a insanidade humana do que esse angustiante e trágico mural. Em 26 de abril de 1937, aviões da Luftwaffe, a serviço do general Franco, arrasaram a pequena cidade basca de Guernica, deixando mais de duas mil pessoas mortas e milhares de feridos. Nascia uma das mais populares obras de Pablo Picasso. Para revelar com a sensibilidade de um artista único, a verdadeira face do homem.

Beethoven – dizia seu professor de composição, Albrechtsberger – nunca aprendeu nem aprenderá coisa alguma. Como compositor é um caso perdido.  

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