Um tinha problemas para somar e não aprendeu a multiplicar ou dividir.
O espanhol não sabia recitar o alfabeto.
Um estadunidense dormia em sala de aula. Era um problema.
Ela não foi permitida ir à escola como seus irmãos que foram mandados para Cambridge University.
Outros dois, um britânico e um alemão, também tinham certas dificuldades em sala de aula.
O primeiro estava indo tão mal na escola que seu pai até disse que ele seria um constrangimento para a família.
O segundo se formou em física em quarto lugar num grupo de cinco alunos.
E por último um russo. Seu professor de composição dizia que ele poderia ser qualquer coisa na vida, menos músico.
De quem estamos falando?
Pela ordem: Beethoven, Picasso, Walt Disney, Virginia Woolf, Charles Darwin, Albert Einstein e Tchaikovski.
Nenhum deles se enquadra aos padrões acadêmicos de hoje, mas todos entraram para a história por sua genialidade.
Muitos dos gênios de hoje, como Bill Gates e Bob Dylan, abandonaram a escola e ainda assim alcançaram sucesso e reconhecimento.
Outros também não foram bons alunos: John Lennon, Thomas Edison, Benjamin Franklin, Isaac Newton, Winston Churchill, Steve Jobs, Jack Ma, William Faulkner e até Stephen Hawking que não sabia ler até os oito anos.
Numa entrevista à BBC News World, o professor de Yale, doutor em musicologia, Craig Wright, que passou mais de vinte anos estudando as personalidades mais brilhantes da História e do presente, falou que “o QI (Quociente de Inteligência) e as notas acadêmicas são supervalorizadas”.
Wright publicou no início deste ano, o livro The Hidden Habits of Genius: Beyond Talent, IQ, and Grit-Unlocking the Secrets of Greatness, onde detalha 14 traços que os gênios têm em comum.
A definição de gênio pode ser subjetiva dependendo quando e para quem você pergunta.
Para ele “um gênio é uma pessoa com extraordinários poderes mentais cujas obras ou conceitos originais mudam a sociedade de uma maneira significativa para melhor ou para pior em todas as culturas e ao longo do tempo”.
À jornalista Ana Pais, o professor revelou até uma “fórmula de gênio”:
G = SxNxD.
Destrinchando essa equação, seria: gênio( G) é igual a quão significativo (S) é seu impacto ou mudança, multiplicado pelo número (N) de pessoas impactadas e por sua duração (D) no tempo.
Simplificando, os maiores gênios são aqueles que causam o maior impacto sobre a maioria das pessoas e por mais tempo.
Definição de “gênio” no dicionário de português do Brasil é um “indivíduo que possui uma extraordinária capacidade intelectual”.
Gênio no dicionário de português de Portugal é uma “pessoa dotada de grande capacidade intelectual”.
No dicionário da Cambridge University, gênio ou genius, “someone who is extremely intelligent or extremely good at doing something”.
No dicionário da Real Academia Espanhola é quem possui “capacidad mental extraordinaria para crear o inventar cosas nuevas y admirables”.
Wright acha essas definições limitadas. Conta que viu seus alunos na Yale University franzirem a testa ao ouvi-lo dizer que a cantora Lady Gaga é um exemplo contemporâneo de gênio e que o nadador Michael Phelps, o atleta com mais medalhas olímpicas da história, não é.
Os dicionaristas estão dizendo que tudo que uma pessoa precisa fazer é ser capaz de usar seu cérebro para criar ideias originais.
Os testes de QI são padronizadas e uma forma de medir uma determinada habilidade particular que é herdada em grande parte.
Ao estudar é possível perceber ao longo do tempo que os indivíduos eram inteligentes, mas não teriam, por certo, alcançado resultados super altos como por exemplo, 140 ou 150 em um teste de QI.
Wright costuma usar como referência os ganhadores do Prêmio Nobel, lembrando que houve premiados com Qis de 115 ou 120.
Para competir com possibilidades de vitória, resumidamente, o indivíduo precisa de um QI acima da média, entre 90 e 110.
Mas não basta apenas estudar e se debruçar com obsessão sobre um trabalho, um projeto. É preciso ir mais além. É necessário ter um conhecimento amplo, viver várias experiências. É preciso estimular as paixões.
Um dos conselhos que o professor entrega na sua entrevista à BBC News World aos pais ou responsáveis “…é importante expô-los a diferentes experiências: se eles gostam de ciência… encorajá-los a ler romances; caso se interessem por política, talvez possam aprender a pintar”.
Incentivar desde cedo as crianças a diferentes atividades vai amplia seu horizonte de mundo. Possibilitar para que, desde cedo, enxerguem inúmeras outras possibilidades.
Os pais que forçam seus filhos a se concentrarem em uma atividade apenas, como ser o melhor nadador olímpico ou o próximo Prêmio Nobel de Física estão errando.
Ninguém sabe ao certo a paixão de uma criança. Sua verdadeira vocação. Ao menos que tenha experiências diferentes para encontrar seu verdadeiro caminho.
Na entrevista, dos vários nomes de “possíveis” gênios atuais, ele cita Elon Musk.
Para Wright “é o gênio arquetípico que faz coisas aparentemente malucas e em uma diversidade de áreas com a The Boring Company, Hyperloop, SolarCity, Tesla, Space X… é um exemplo definitivo de uma pessoa erudita, com uma vasta cultura, fazendo uma revolução de várias maneiras diferentes”.
O segredo do livro, segundo Wright, é que a maioria de nós não vai mudar o mundo de maneira nenhuma.
O importante aprender sobre essas pessoas e o que elas realizaram e de como podemos agir: “…como viver nossas vidas em relação às outras pessoas, como ser mais produtivo ou mais criativo”.
No livro o professor e escritor Craig Wright, definiu os 14 hábitos ou traços de personalidade dos gênios.
1. Ética de trabalho;
2. Resiliência;
3. Originalidade;
4. Imaginação como a de uma criança;
5. Curiosidade insaciável;
6. Paixão;
7. Desajuste criativo;
8. Rebeldia;
9. Pensamento que ultrapassa fronteiras;
10. Ação oposta ou pensar ao contrário;
11. Preparação;
12. Obsessão;
13. Descontração;
14. Concentração.