As doenças coronarianas ocupam o primeiro lugar na lista de mortalidade nos Estados Unidos. Apesar do constante alerta das pesquisas, a população sobre os fatores de risco e como diminuir as chances de desenvolver estas doenças, uma pessoa morre a cada 33 segundos, nos Estados Unidos, vítima de doenças cardíacas. Segundo os especialistas muitas destas mortes podem ser evitadas, com apenas algumas modificações no estilo de vida e hábitos alimentares. Infelizmente, muitas pessoas desconhecem que são portadoras de doenças do coração e o primeiro sintoma é o infarto do miocárdio ou, em alguns casos, a morte.
Tempos atrás o programa Globo Repórter, da TV Globo, teve como tema “Saúde para o Coração”. Foram abordados os cuidados com a alimentação, a importância da atividade física, identificação dos fatores de risco, etc. Entretanto, muitos telespectadores devem ter ficado confusos, pois alguns pontos importantes não foram devidamente esclarecidos. Desta forma, tentaremos fazer uma apresentação simples e clara do que pode ser feito, para ajudar na prevenção das doenças cardíacas.
Fatores de risco
Em 1948, o National Heart Institute, hoje conhecido como National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI) iniciou, na cidade de Framingham, Massachusetts, uma pesquisa para identificar fatores ou características que poderiam contribuir para o desenvolvimento das doenças cardíacas. À esta pesquisa foi dado o nome the Framingham Heart Study, conhecido no Brasil como “Estudo de Framingham”. A idéia era estudar milhares de pessoas e seus familiares, por um longo período. Desde então, o Estudo de Framingham tem acompanhado várias gerações nas diversas fases da pesquisa e servido de referência na prevenção das doenças cardíacas. O monitoramento da população participante do Estudo de Framingham permitiu a identificação dos maiores fatores de risco para doenças cardíacas. São eles:
Hipertensão Arterial
Pressão Sistólica ≥140 mm Hg e/ou Diastólica ≥90 mm Hg, medidas em, pelo menos, duas ocasiões diferentes;
Colesterol Alto
LDL (colesterol ruim) ≥130 mg.dL-¹ ou HDL (bom colesterol) < 40 mg.dL -¹. Se estes valores não estiverem disponíveis utiliza-se o Colesterol Total >200mg.dL-¹;
Tabagismo
Aplica-se à seguinte população: Fumantes, pessoas que pararam de fumar nos últimos 6 meses ou aqueles que estão expostos à fumaça do tabaco;
Obesidade
Índice de Massa Corporal (IMC) ≥30kg.m² (IMC = Peso em kg ÷ altura em metros²) ou circunferência da cintura >102cm para homens e >88cm para mulheres.
O American College of Sports Medicine (ACSM) recomenda que a medida da cintura seja feita na região mais estreita do tronco, acima do umbigo e abaixo do processo xifóide, que é a parte inferior do osso do peito);
Diabetes
Se o nível de glicose no sangue for entre 100 e 125 mg/dL -¹, em jejum, a pessoa é portadora de prediabetes. Se este nível atingir ≥126 mg/dL -¹, em jejum, então está caracterizada a presença de diabetes;
Inatividade física
São consideradas sedentárias as pessoas que não participam em, pelo menos, 30 minutos de atividade física de intensidade moderada, no mínimo, por 3 vezes por semana, por um período de, pelo menos, 3 meses.
Entretanto, o ACSM adiciona os seguintes fatores de risco à sua lista, além dos relacionados acima:
Idade
Homens ≥45 anos; Mulheres ≥ 55 anos;
Histórico familiar
Doença cardíaca ou morte súbita, antes dos 55 anos de idade, do pai ou irmãos; OU Doença cardíaca ou morte súbita, antes dos 65 anos de idade, da mãe ou irmãs;
Baixo Nível de Colesterol HDL (Bom colesterol): <40 mg.dL -¹.
De acordo com a American Heart Association (AHA), o sexo também é considerado um fator de risco. Após os 40 anos de idade, as chances de desenvolver doenças cardíacas é 49% maior para os homens e 32% para as mulheres.
Na dúvida, procure um médico e mantenha saudável e fisicamente ativo!
Esta coluna é a 1ª parte de duas do mesmo assunto.